Textos e reflexões de Rodrigo Meireles

29.12.11

No exílio da canção (do sabiá)

Minha terra é assim:
cheia de palmeiras
onde canta o sabiá
(ou deveria cantar)

Ora digo isso
quando de longe olho
o que mesmo de perto
é dificil perceber:

Onde se esconde o sabiá?
Em meio às arestas da civilização
pouco se pode enxergar

Para onde foi o sabiá?
Nada sei, até o que sei
não ouço o seu cantar

Onde canta o sabiá
da minha terra
pelo que eu encontro cá?

Na minha terra tem palmeiras
e sei que ali canta o sabiá
mas não sei onde o encontrar

Sabe-se pouco desta terra!
Nem o velho sábio sabe
porque o sabiá não quer cantar
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28.12.11

É tempo de despertar!

O Natal aconteceu, os dias prosseguem e a vida continua, mesmo com seus altos e baixos. Há quem veja nisso uma combinação sem graça, sem sentido, e que nada mais vale a pena além de assumir uma dinâmica diária de quase total inércia. Para estes, a vida segue em seus ciclos, os seres apenas se adaptam às circunstâncias e tudo continua, não importa como e para quê. Todavia, para além do bem e do mal, o homem que assume um sentido para a sua vida é capaz de transformá-la. Quando falta sentido, nada mais lhe resta que viver como um vegetal à espera da morte, alienado de tudo e de todos. Com a sua capacidade de transformar, o homem participa da Criação e da evolução do universo muito mais do que por pura inércia, mas como agente capaz de impulsionar a vida com seus atos. É preciso, portanto, que este homem se descubra e conheça os seus potenciais, tantas vezes abafados pelo niilismo que assola a humanidade.

É tempo de despertar! Afinal, podemos transformar e perceber que a vida é muito mais que simples afazeres cotidianos e rotineiros sem sentido; é muito mais que inércia. O Natal nos permite essa reflexão por nos recordar o nascimento d'Aquele que se fez homem para transformar o mundo e nos fazer acreditar no Amor como fonte de vida e evolução. Afinal, o homem pode transformar porque é capaz de amar, tal qual Deus na Criação. É o Amor que transforma, mas esse Amor, em meio às fugacidades modernas, muitas vezes é calado, temido e, em muitos, permanece adormecido.

Hoje, o que mais desejo é que possamos nos acordar do profundo vazio de sentido que o mundo atravessa e que possamos transformar nossas vidas, tantas vezes carregada de pessimismo e com tons demasiado negativos, em abundantes fontes de Amor. Que o Natal aconteça em nós todos os dias para sentirmos a beleza do Amor de Deus e a beleza de amar!


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