Textos e reflexões de Rodrigo Meireles

9.4.11

Armas NÃO! Sou contra!

Sou contra qualquer tipo de armas e qualquer instrumento que sirva para alimentar a violência. Só essa frase bastaria para resumir o que penso sobre o assunto. No entanto, acrescentarei outras para reforçar o meu ponto de vista de maneira simples e direta.

Armas foram feitas para o ataque do ser humano sobre outros seres, sejam eles humanos ou não. Se esse ataque é para ferir ou matar, não interessa por princípio, mas as armas, quando usadas, servem como instrumento de intervenção de um ser sobre outro. Pode ser para abater um animal, para uma caça, ferir outras pessoas com o argumento de defesa pessoal ou coletiva e até mesmo matar. Armas não foram feitas para construir a paz, mas para satisfazer a necessidade tipicamente humana de sobrevivência. Há ainda quem diga que servem para diversão e esporte. Todavia, quando se trata da intervenção de um ser sobre outro, um  detalhe importante é que as ditas armas de fogo têm um poder a mais: quem a usa não precisa intervir corporalmente, envolvendo-se numa luta, por exemplo; ela é rápida e muitas vezes prática. As armas de fogo são, portanto, um meio de guerra, mesmo quando usadas sob a alegação de defesa pessoal por um cidadão comum. Armas, sobretudo armas de fogo, são instrumentos totalmente dispensáveis para uma vida digna em sociedade. Representam apenas mais um supérfluo material que a história criou e evoluiu através das guerras entre tribos e nações, hoje tão comuns em nossas cidades.

Em meio à discussão hoje em voga por conta do massacre de Realengo no Rio de Janeiro, no qual morreram 12 crianças indefesas, é preciso refletir sobre o uso de armas de fogo nas mãos de civis. Porém, sugiro que possamos ir mais além: é preciso refletir sobre a necessidade da indústria das armas, sobre o propósito das armas e de sua (f)utilidade.

Sabendo que a lei hoje prevê venda de armas sob critérios rigorosos, entre eles a avaliação psicológica, conclamo aos meus colegas psicólogos que não aceitem participar de avaliações psicológicas para candidatos à aquisição e porte de armas de fogo. Quem faz isso concorda com a existência de armas em nossa sociedade e fomenta a indústria de armamentos, uma das mais rentáveis no mundo hoje.

Ainda que pareça utópico e distante, prefiro acreditar num mundo sem armas, filtrado das indústrias que contaminam a terra com seu poder bélico. Com isso, não distingo entre armas nas mãos de civis ou de militares. Simplesmente sou contra qualquer arma e a favor do fim dessa indústria criminosa.


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